quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Internet tem efeito similar ao de drogas ou álcool no cérebro, diz pesquisa


Estudo mostrou alterações no cérebro de viciados em internet
Viciados em internet têm alterações similares no cérebro àqueles que usam drogas e álcool em excesso, de acordo com uma pesquisa chinesa.
Cientistas estudaram os cérebros de 17 jovens viciados em internet e descobriram diferenças na massa branca - parte do cérebro que contém fibras nervosas - dos viciados na rede em comparação a pessoas não-viciadas.

"Os resultados também indicam que o vício em internet pode partilhar mecanismos psicológicos e neurológicos com outros tipos de vício e distúrbios de controle de impulso", disse o líder do estudo Hao Lei, da Academia de Ciências da China.A análise de exames de ressonância magnética revelou alterações nas partes do cérebro relacionadas a emoções, tomada de decisão e autocontrole.

Computadores

A pesquisa analisou o cérebro de 35 homens e mulheres entre 14 e 21 anos. Entre eles, 17 foram classificados como tendo Desordem de Dependência da Internet, após responder perguntas como "Você fez repetidas tentativas mal-sucedidas de controlar, diminuir ou suspender o uso da internet?"
Os resultados então descritos na publicação científica Plos One, que poderiam levar a novos tratamentos para vícios, foram similares aos encontrados em estudos com viciados em jogos eletrônicos.
"Pela primeira vez, dois estudos mostram mudanças nas conexões neurais entre áreas do cérebro, assim como mudanças na função cerebral, de pessoas que usam a internet ou jogos eletrônicos com frequência", disse Gunter Schumann, do Instituto de Psiquiatria do King's College, em Londres.
O estudo chinês também foi classificado de "revolucionário" pela professora de psiquiatria do Imperial College London Henrietta Bowden-Jones.
"Finalmente ouvimos o que os médicos já suspeitavam havia algum tempo, que anormalidade na massa branca no córtex orbitofrontal e outras áreas importantes do cérebro está presente não apenas em vícios nas quais substâncias estão envolvidas, mas também nos comportamentais, como a dependência de internet." [Fonte: BBC Brasil]

Cientista decifra ilusões de ótica


Um cientista americano afirma que ao tentar decifrar como as ilusões de óticas "enganam" nossas mentes é possível revelar detalhes sobre o funcionamento do cérebro humano.
Beau Lotto, professor de neurociência da University College de Londres, diz que o órgão e sua capacidade de processar constantemente as informações que recebe do mundo que nos cerca tem sido crucial para a evolução humana.
Lotto apresentou imagens que ajudam a entender melhor essa capacidade, começando com a importância de se enxergar em cores.
Acompanhe a apresentação do cientista acima.[Fonte: BBC Brasil]

Estudo associa estrutura do cérebro a sociabilidade

Imagem computadorizada de um cérebro mostra amígdalas em cor azul

Cientistas americanos dizem ter encontrado uma associação entre a sociabilidade de um indivíduo e o tamanho de sua amígdala - pequena estrutura de forma amendoada encontrada no cérebro, e não o órgão na garganta.
O estudo, feito por pesquisadores do Hospital Geral Massachusetts e da Universidade Northeastern, em Boston, Massachusetts, foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.
O trabalho confirma resultados de estudos anteriores, envolvendo outras espécies de primatas, mostrando que animais que vivem em grupos sociais maiores têm amígdalas maiores.
"Sabemos que primatas que vivem em grupos sociais maiores têm uma amígdala maior, mesmo quando se leva em conta o tamanho total do cérebro e do corpo", disse Lisa Feldman Barrett, que chefiou o estudo.
"Consideramos uma única espécie de primata - a humana - e descobrimos que o volume da amígdala se correlacionou positivamente com o tamanho e complexidade de redes sociais em humanos adultos."
Os pesquisadores também analisaram outras estruturas subcorticais dentro do cérebro e não encontraram evidências de um relacionamento similar entre essas estruturas e a vida social de humanos.
Também não foram encontradas associações entre o volume da amígdala e outras variáves sociais na vida de humanos - como índices de satisfação social, por exemplo.
"A associação entre o tamanho da amígdala e o tamanho e complexidade da rede social foi observada tanto em indivíduos mais velhos como mais novos, homens e mulheres", disse Bradford Dickerson, da Escola Médica Harvard, em Cambridge, Massachusetts, outro cientista que participou do estudo.
"E a associação é específica à amígdala, porque o tamanho e complexidade da rede social não foram associados ao tamanho de outras estruturas do cérebro", acrescentou.
Questionários
Os pesquisadores pediram aos 58 participantes do estudo que respondessem perguntas sobre o tamanho e a complexidade de suas redes sociais.
As perguntas se referiam ao número total de contatos sociais regulares que cada participante mantinha, assim como o número de grupos diferentes a que esses contatos pertenciam.
Os participantes, com idades entre 19 e 83 anos, também foram submetidos a exames de ressonância magnética para que os cientistas pudessem obter informações sobre uma série de estruturas presentes no cérebro, incluindo o volume da amígdala.
Barrett disse que os resultados do estudo são consistentes com a "hipótese do cérebro social", uma teoria segundo a qual a amígdala humana teria evoluído em parte para permitir que o homem lidasse com uma vida social cada vez mais complexa.
"Mais pesquisas estão sendo feitas para tentar estabelecer de que forma a amígdala e outras regiões do cérebro estão envolvidas no comportamento social de humanos", ela disse.
"Nós e outros pesquisadores estamos tentando entender também como anormalidades nessas regiões do cérebro podem prejudicar o comportamento social em distúrbios neurológicos e psiquiátricos."[Fonte: BBC Brasil]

Estudo indica que telefone celular altera atividade cerebral


Um estudo americano sugere que o uso de telefones celulares por um período prolongado pode afetar o funcionamento de nossos cérebros, ainda que não haja conclusões sobre os efeitos disso na saúde.
Os cientistas dos Centros Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) notaram que, após 50 minutos de conversa no celular, havia 7% mais consumo de açúcar no cérebro nas regiões próximas à antena do aparelho. A presença de glicose é um sinal de aumento na atividade cerebral.
A pesquisa, feita com 47 pessoas e publicada no periódico Journal of the American Medical Association, é uma das primeiras a investigar os efeitos fisiológicos do celular ao observar os efeitos de seus campos magnéticos.
Os participantes do estudo ficaram com dois celulares colados a seus ouvidos, um desligado e um ligado (mas sem volume, para que eles não notassem a diferença entre cada aparelho). Durante 50 minutos, os pesquisadores monitoraram, com um scanner, a diferença nos níveis de glicose e observaram que, no lado do cérebro próximo ao telefone ligado, a presença de açúcar era maior.
Saúde
Mas o estudo não oferece nenhuma conclusão sobre possíveis riscos para a saúde contidos no uso do celular. “Esses resultados não provam potenciais efeitos cancerígenos (do celular) ou a ausência deles”, diz a pesquisa.
Um amplo estudo de 2006 sobre o mesmo tema, com 42 mil usuários de celulares na Dinamarca, tampouco obtivera evidências de relações entre o uso do celular e a incidência de câncer.
Para o professor Patrick Haggard, do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade College London, o estudo americano traz conclusões interessantes, mas lembra que “flutuações muito maiores nas taxas metabólicas do cérebro ocorrem naturalmente, por exemplo enquanto bebemos”.
“No entanto, se próximos estudos confirmarem que o sinal do celular tem um efeito direto no metabolismo, daí será importante investigar se esses efeitos terão implicações na nossa saúde”, agregou Haggard.
“Não podemos determinar a relevância clínica do estudo, mas nossos resultados mostram que o cérebro humano é sensível aos efeitos dos campos magnéticos em exposições (prolongadas)”, disse ao site especializado MedPage Today Gene-Jack Wang, um dos responsáveis pela pesquisa americana.
Mas Wang adverte que “mais estudos são necessários para avaliar se os efeitos que observamos podem ter consequências potenciais de longo prazo”.[Fonte: BBC Brasil]

Conheça quatro mitos sobre o funcionamento do cérebro humano


'Usamos muito mais do que 10% do cérebro', diz especialista
O cérebro humano é um dos organismos mais complexos do universo e apesar dos esforços dos cientistas, a massa cinzenta que habita nossas cabeças ainda guarda muitos mistérios.
Nos parágrafos a seguir, especialistas ouvidos pela BBC tentam, porém, romper com alguns mitos e inverdades a respeito do cérebro humano e do seu funcionamento.

"Usamos apenas 10% de nosso cérebro"


"Que incrível", pensei. "Talvez haja uma maneira de conseguir acessar aqueles 90% de capacidade cerebral não utilizada. E o que não poderia ser feito com toda a minha massa cinzenta em ação?"Foi na década de 1970, quando estava na escola, que ouvi dizer, pela primeira vez, que nós usamos apenas 10% dos nossos cérebros.
A ideia é absurda. Hoje, avanços em técnicas de mapeamento da atividade cerebral podem provar isso.
"(Exames) funcionais de imagem demonstraram que há poucas partes do cérebro que não podem ser ativadas por algo", disse a professora Sophie Scott, do Institute of Cognitive Science do University College, London.
Mesmo fazendo algo simples, como fechando nossas mãos, usamos muito mais do que 10% do cérebro. Um exame funcional revela que vastas quantidades de células do cérebro entram em ação enquanto planejam e iniciam a contração dos músculos nos dedos e na palma.

"O cérebro tem um lado 'lógico' e um lado 'criativo'"

Anatomicamente, o cérebro está dividido em duas metades - o hemisfério esquerdo e o direito. Existe uma certa divisão de trabalho entre elas.
"Existem grandes diferenças entre os lados esquerdo e direito do cérebro", diz Scott.
"Mas não é o que as pessoas querem dizer quando usam esses termos no discurso comum".
Lendo livros de auto-ajuda e cursos de administração de empresas, você fica com uma noção de que os dois hemisférios são entidades separadas.
O esquerdo tende a ser mostrado como a morada da lógica e da racionalidade. O direito tende a ser descrito como a fonte da intuição e da criatividade. Portanto, se você é uma pessoa lógica, usa mais o lado esquerdo. Se você é do tipo sensível e artístico, usa mais o lado direito.
De acordo com o mito, todos nós seríamos mais bem sucedidos e realizados se aprendêssemos a explorar o potencial total de ambos os hemisférios.
Scott diz que há diferenças na forma como indivíduos lidam com problemas e refletem sobre o mundo, mas isso não tem nada a ver com as diferentes relações de poder entre os dois hemisférios de seu cérebro.
"Algumas pessoas têm ótima capacidade de imaginação visual. Algumas têm boa imaginação auditiva. Existem muitas variações na forma como recebemos informações e as processamos.

"Mas reduzir isso a cérebro esquerdo 'lógico' e cérebro direito 'criativo' não reflete o que vemos no funcionamento do cérebro. Além disso, isso sugere que você poderia estar usando um hemisfério mais do que o outro e não é assim que funciona".
Os dois hemisférios se comunicam e trabalham juntos por meio de uma rede complexa de cabos fibrosos conhecida como o corpo caloso, ela explica. Eles são complementares e trabalham juntos.

"Lua cheia influi comportamento"

Segundo a crença popular, a lua cheia está associada à insanidade - daí viria a palavra lunático.
Entretanto, quando psicólogos e estatísticos estudaram o assunto, não conseguiram a influência da Lua sobre o cérebro humano e o comportamento.
Ou seja, não existe evidência de que haja uma relação entre a ocorrência da lua cheia e acontecimentos como assaltos, prisões, suicídios, chamadas para números de emergência, internações psiquiátricas, envenenamentos e acidentes de automóvel.
Eric Chudler, responsável por vários estudos sobre o assunto, disse: "A maioria das informações - e houve muitos estudos - indica que não existe uma associação entre a fase da Lua e quaisquer desses comportamentos anormais".
Muitos dos que acreditam no mito da lua cheia são policiais ou profissionais de saúde, profissionais que frequentemente presenciam acontecimentos perturbadores.
Chudler sugere que quando esses eventos traumáticos ocorrem, pessoas nessas profissões estão mais inclinadas a notar lua cheia brilhando no céu do que as mais modestas luas crescentes ou meias luas.
Como resultado, eles apenas fazem associações entre fase da Lua e incidentes anômalos quando a Lua está em sua fase mais óbvia e simbolicamente significativa.

"Ouvir Mozart torna você mais inteligente"

O compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart é central a uma teoria que floresceu na década de 1990 e que levou muitos a acreditar que tocar peças do músico para crianças melhoraria o desenvolvimento de seus cérebros, tornando-as mais inteligentes.
Muitas vezes, mitos são criados com base em fatos reais. Este em particular teve origem em um estudo publicado pela revista científica Nature em 1993.
A pesquisa descreveu um experimento no qual estudantes de uma universidade na Califórnia realizaram uma série de tarefas.
Os voluntários que ouviram uma peça de Mozart antes de fazer os testes se saíram um pouco melhor do que os que ouviram músicas para relaxamento ou não ouviram nada.
O efeito positivo da sonata de Mozart sobre o desempenho dos estudantes desapareceu após cerca de 15 minutos.
Dois anos mais tarde, a mídia havia transformado as observações do estudo em uma teoria segundo a qual tocar Mozart para crianças jovens melhorava sua inteligência.
Empresas começaram a vender CDs do gênio austríaco a famílias com crianças. Em 1998, nos Estados Unidos, o Estado da Geórgia distribuiu CDs de Mozart para mães com bebês recém-nascidos.
Alguns criaram teorias de que as estruturas musicais das composições de Mozart exerciam uma influência biológica sobre as conexões nervosas do cérebro.
Em estudos posteriores, a verdade acabou se mostrando bem mais prosaica:
Especialistas concluíram que qualquer música estimulante tocada antes de uma série de exercícios mentais torna você mais alerta e entusiasmado, então seu desempenho melhora.[Fonte: BBC Brasil]

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Cientistas criam software que lê pensamentos em voz alta


Eletrodos colocados cirurgicamente no cérebro captam atividade e transformam impulsos elétricos em palavras
Foto: UC Berkeley/Divulgação
Pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, acreditam ter encontrado uma forma de ler a mente humana com programa de computador, capaz de decodificar as atividades cerebrais e traduzi-las em palavras. Segundo o Daily Mail, a ideia é devolver a voz a pessoas que perderam a fala por causa de derrames ou doenças degenerativas - embora alguns se preocupem que o mecanismo poderia expressar pensamentos em voz alta sem querer.
Os neurocientistas colocaram eletrodos dentro do crânio de pacientes que fizeram cirurgia cerebral para monitorar as informações do lobo temporal, responsável pelo processamento da fala e das imagens. Enquanto o paciente ouvia alguém falar, o software analisava como o cérebro processava e reproduzia as palavras que ouvia.
A partir dos impulsos elétricos em que o cérebro transformava os sons, o programa conseguiu traduzir a atividade cerebral de volta em palavras. Os pesquisadores acreditam que a técnica poderia ser usada, da mesma forma, para ler o que o cérebro pensa logo antes de pronunciar o que diz em seguida.
Na publicação PLoS Biology (neste atalho http://bit.ly/yjimab, em inglês), os cientistas da universidade norte-americana afirmam que a descoberta eleva as tentativas de leitura de mente "a um nível completamente novo". Segundo Robert Night, professor de psicologia e neurociência, "muitos poderiam se beneficiar se fosse possível eventualmente reconstruir, a partir da atividade cerebral, conversas imaginadas".
Os pesquisadores testaram 15 pessoas, que já passavam por cirurgia para remover tumores ou tratar epilepsia. Os pacientes concordaram em receber 256 eletrodos na superfície do cérebro, e depois participaram dos experimentos em que ouviam homem e mulheres dizendo palavras individualmente - substantivos, pronomes, nomes próprios.
Coautor do artigo, Rian Pasley explica que as análises feitas pelo programa de computador mostraram que "percepções e imagens podem ser muito similares no cérebro". Por isso, seria possível traduzir as imagens em palavras, tanto faladas como escritas, a partir de um dispositivo específico.
Outra descoberta diz respeito às frequências em que o som é desmembrado pelo cérebro para ser interpretado - entre 1 e 8 mil Herz no caso da voz humana. "Nosso estudo focou nas características acústicas da fala representada pelas frequências mais baixas, mas acredito que há muito mais acontecendo nessas regiões do cérebro além de interpretação de sons", afirmou Pasley à ABC News.
Para o pesquisador Jan Schnupp, da universidade inglesa de Oxford e que não estava envolvido na pesquisa, não há motivo para preocupação com dispositivos para ler a mente sem o consentimento das pessoas. Isso porque, por enquanto, só é possível ler a atividade cerebral a partir de eletrodos implantados via cirurgia, o que reduz a aplicação da técnica a "poucos pacientes dispostos".[Fonte: Terra]